Nascimento do personagem. Napoleone foi criado em setembro 1997 por Carlo Ambrosini, um dos mais estimados desenhistas das séries de Ken Parker e Dylan Dog. Em 1984, Ambrosini já havia mostrado seus dotes de autor completo nas páginas da revista "Orient Express", com duas histórias de Nico Macchia ("Nico Mancha"). Mais recentemente, Ambrosini escreveu, para Dylan Dog, o argumento de "Margherite" (DD g2d), uma pequena história inserida no segundo álbum gigante, e os textos de dois álbuns da série regular ("Dietro il sipario", DD 97, e "Il guardiano della memoria", DD 108). Nessas três histórias se pode ver a mesma temática e a mesma atmosfera onírica que mais tarde fariam parte das histórias de Napoleone.

Apresentado como uma minissérie bimestral de oito números, Napoleone conquistou os leitores (o número 1 esgotou-se rapidamente, tanto que a SBE deverá reeditá-lo). Mantendo a mesma periodicidade, a pretensa minissérie transformou-se, a partir de janeiro 1999, em uma série regular. Com isso, novos colaboradores se aliaram a Ambrosini: o estreante Diego Cajelli nos roteiros (a primeira prova, "Piccoli banditi", NP 10) e, nos desenhos, dois autores de prestígio, quais sejam, Paolo Bacilieri ("La lucertola e il serpente", NP 9) e (proximamente) Marco Nizzoli. Entre aqueles que colaboraram com Ambrosini desde os primeiros números deve-se destacar o excelente Pasquale Del Vecchio.

Quem é? Inspirado fisicamente no ator Marlon Brando (quando jovem :-), Napoleone é, aparentemente, o tranqüilo (e um pouco introvertido) proprietário do Hotel Astrid, uma pequena pensão situada na Rue Baudelaire, em Genebra, e cultiva apenas dois interesses: a entomologia (o estudo dos coleópteros, dos quais possui uma rica coleção) e a criminologia. Um pouco pelo acaso, um pouco pela amizade que tem com o comissário de polícia Dumas, Napoleone freqüentemente se envolve em aventuras noir. Porém, as histórias vistas nos vários álbuns não podem ser verdadeiramente tidas como "policiais". Na maioria dos casos, de fato, é somente graças aos indícios e interferências vindas da "dimensão superior" (uma concretização surreal do inconsciente coletivo da humanidade) que Napoleone consegue solucionar as próprias "investigações".

Ao passado de Napoleone foi dedicado (até agora) "La lucertola e il serpente" (NP 9), em português "A lagarta e a serpente", cujos flashbacks mostram como e porquê Napoleone, depois de ter trabalhado por anos como policial junto à embaixada italiana de Addis Abeba, decidiu abandonar a África para voltar ao mundo dos "caras brancas".

Quem são seus amigos? Além do já citado Dumas, parece que Napoleone não tem muitos amigos no sentido literal da palavra. Quem lhe faz companhia são três criaturas oníricas (Lucrezia, Caliendo e Scintillone), uma espécie de bizarros e desajeitados anjos da guarda que apenas ele consegue ver. Também importante é a afinidade surgida com Allegra (encontrada em "Storia di Allegra", NP 4, e depois vista em "Il Signore delle Ombre", NP 8), uma simpática garotinha que, assim como Napoleone, faz contato com a "dimensão superior" graças a um pequeno espírito pessoal (Robespierre). Em relação ao outro sexo, Napoleone, mesmo não sendo um incansável tombeur de femmes ao estilo de Dylan Dog, se defende muito bem ;-). Além de Dumas e dos três pequenos espíritos, outros personagens recorrentes nos álbuns são a governanta do Hotel Astrid, Rose, e o lunático assistente do comissário Dumas, Boulet.

Quem são seus inimigos? Os "inimigos" de Napoleone são os criminosos que ele tem de enfrentar de vez em quando. Entre esses se destaca o Cardinal (encontrado já no primeiro número da série), um personagem com quem Napoleone havia tido encrencas durante sua permanência na África (NP 9). Embora o Cardinal tenha sido dado por morto ao final da história narrada em "Il Signore delle Ombre" (NP 8), não se pode excluir um seu retorno...