De todos os quadrinhos Bonelli publicados no Brasil, Tex é sem sombra de dúvida o de maior sucesso. No ano do 50° aniversário de Tex, é com prazer que publicamos este artigo, no qual um aficionado leitor brasileiro percorre brevemente as várias fases da vida editorial de Tex no Brasil.
A "primeira vez", nos anos 50
Tex foi publicado pela primeira vez nos anos 50, pela Rio Gráfica Editora, a partir do n.28 da revista Junior (até o n.27 Junior publicava outros personagens). O gibi era semanal e trazia o subtítulo "As aventuras de Texas Kid"; até o n. 178 seu formato era em tiras, com 36 páginas, exatamente como a edição italiana, mas a partir do n.179 mudou para uma forma vertical, de 13,5 x 17,5cm, pouco menor que a edição "gigante" italiana. Tex foi o único personagem publicado por Junior até o n.265 (julho 1957); daí em diante dedicou-se a outros personagens de faroeste e de Tex ninguém mais ouviu falar até 1971.
O renascimento nos anos 70
Em fevereiro de 1971 aparece nas bancas brasileiras o número 1 da nova série, em formato idêntico ao italiano (cada número trazia 100-130 páginas). Publicado pela Editora Vecchi (cujos fundadores tinham raízes italianas), o n.1 trazia um mimo para os pequenos leitores, na

O número 1
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forma de um arco e flecha de plástico. A história publicada no n.1 foi "O signo da serpente" e correspondia à aventura "Il segno del serpente", naturalmente de G.L. Bonelli & Galep, publicada na Itália pela primeira vez em 1960, no formato de tiras, e republicada no formato "gigante" nos números 47 e 48 (setembro-outubro 1964). Contrariamente à fase "pioneira" da revista Junior, a ordem original das histórias não era observada pela Vecchi.
Dos anos 80 até hoje
No final dos anos 70 Tex era a revista mais vendida da Editora Vecchi (cerca de 150.000 cópias), tanto que em 1977 foi lançada uma segunda edição de Tex, e o sucesso foi tamanho que vários outros títulos de faroeste passaram a ser publicados. No início dos anos 80 as duas edições de Tex passaram a sair quinzenalmente, e os leitores tinham quatro Tex por mês. Apesar do sucesso, em 1983 a Editora Vecchi fechou as portas, e a publicação de Tex foi suspensa no n.164.
Em outubro de 1983 a Rio Gráfica Editora (hoje Editora Globo, ligada à TV Globo) adquiriu os direitos de Tex e passou a publicá-lo mensalmente, prosseguindo a numeração da Vecchi, do n.165 até o n.350, em dezembro de 1998. A partir de janeiro de 1999, com a edição n.351, Tex passou a sair pela Editora Mythos (ver Dopolavoro do mês anterior). A edição brasileira atual tem um formato menor que o italiano (13,5 x 17,5cm) e cada número tem 112 páginas.

Tex Coleção n.1
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As reedições
Em abril de 1977 a Editora Vecchi iniciou a segunda edição de Tex, que durou até o n.94, quando a Editora fechou. A periodicidade era mensal, 100-130 páginas, formato idêntico ao italiano.
Em novembro de 1986 a Rio Gráfica Editora passa a publicar TEX COLEÇÃO, cuja primeira história se intitulava "A Mão Vermelha" (La Mano Rossa). Esta edição continua até hoje, agora pela Editora Mythos a partir do n.144, é mensal, 100 páginas no formato 13,5 x 17,5cm; as histórias correspondem exatamente àquelas da série italiana. É, na prática, o "Tutto Tex" brasileiro.

Tex Edição Histórica n.1
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Em agosto de 1993 a Editora Globo inicia uma série intitulada TEX EDIÇÃO HISTÓRICA. As histórias seguem a mesma ordem do Tex italiano, porém os volumes têm maior número de páginas (cerca de 260-350), fazendo com que cada edição traga uma história completa. O n.1, por exemplo, apresentou 736 tiras (publicadas na Itália de setembro de 1948 a fevereiro de 1949). As capas, todas de Claudio Villa, são conhecidas do público italiano, pois são reproduzidas no interior de sua atual reedição, chamada "Tex Nuova Ristampa"; a periodicidade da EDIÇÃO HISTÓRICA até então bimestral, passou a ser trimestral pela Editora Mythos, no tradicional formato brasileiro de 13,5 x 17,5cm.
Números especiais
Uma vez por ano, durante 6 anos, a Editora Globo publicou um Tex colorido no formato italiano (até agora foram publicadas seis edições).
De vez em quando era publicado um Tex em formato grande (19 x 28 cm), correspondente ao "Texone" italiano, seis no total, e continuarão a ser publicados pela Editora Mythos, agora com o nome de TEX EDIÇÃO ESPECIAL.

Desenho de Villa
para a capa de Tex Edição
Histórica n.5, "Pacto de Sangue".
Copyright (c) SBE 1996
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O primeiro saiu em 1980 e foi publicado pela Editora Vecchi: "O Ídolo de Cristal" (Tex gigante n.200, L'idolo di Cristallo de Bonelli & Galep), história republicada no primeiro Tex colorido da Editora Globo.
Os demais, todos publicados pela Editora Globo: em 1988 "Tex o Grande" (edição especial de 40 anos, Tex il Grande de Nizzi & Buzzelli).
Em 1993 "A Marca da Serpente" (Texone n.3, Il Segno del Serpente de Nizzi & Galep; a palavra "segno" foi traduzida como "marca" ao invés de "signo" para não repetir o título do Tex brasileiro n.1).
Em 1994 "O Grande Roubo" (Texone n.6, La grande rapina de Nizzi & Ortiz).
Em 1995 "Arizona em Chamas" (Texone n.5, Fiamme sull'Arizona de Nizzi & De La Fuente).
Finalmente, em 1996, "O Vale do Terror" (Texone n.9, La valle del terrore, de Nizzi & Magnus).
Mais informações e outras capas no artigo Os quadrinhos Bonelli no Brasil.
Para as capas de 1999, ver o artigo anexado.
Para as capas de 2000, ver o artigo anexado.
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