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Personagens e tramas
Nesse meio tempo o filho de Tex, Kit, cresce e se une ao trio [Brunaro 21]. Desde então Tex, não mais um fora-da-lei nem um ranger do Texas, não se casou nem viveu românticos interlúdios. Ele estabeleceu seu modus operandi e passou a contar com um grupo de personagens - amigos e inimigos - que, quando necessário, retornam em suas aventuras. O trapper Gros-Jean, o revolucionário mexicano Montales, o chefe Navajo Flecha Vermelha, o cientista do sobrenatural El Morisco são alguns dos companheiros recorrentes de Tex e de seus amigos. O malvado Mefisto abre a galeria dos inimigos de Tex. Com seu filho Yama é um dos "inimigos rituais" e com a feiticeira Zhenda leva a aventura ao reino do western gótico ["Il caso Tex"].
Tex não é rigorosamente um western. G.L. Bonelli admite que sempre amou o gênero e cresceu com isso: "a idéia da aventura, que cultivo desde o nascimento, é, por assim dizer, encarnada no western" ["Mi sono simpatici"], um "western pré-histórico" no qual o que contava era a atmosfera e os índios ["Mi sono simpatici"].
O inimigo é representado por um grupo de bandidos, índios malvados ou estranhos personagens ["Io sparo positivo"]. Nos moldes de um clássico herói western, Tex não pode ser detido e está constantemente em movimento. Essas variações de lugares, personagens e mistérios são combinadas de infinitas formas. Há, todavia, uma certa tendência a estabelecer determinadas tramas em lugares específicos, cada qual com suas miragens e perigos. G.L. Bonelli e Galleppini amavam o deserto. Estavam fascinados pela idéia da hostilidade que o deserto encarnava. Amavam o contraste entre a paisagem nua e a majestosidade das rochas. Tinham gravado na memória Stagecoach e puderam facilmente reproduzir os canyons e as gargantas de Monument Valley. Depois há os Pueblos, um cenário ideal para os mistérios indígenas, ou as ghost towns, as cidades-fantasma onde Tex e companhia perseguem bandos de fora-da-lei. Esse é o teatro ideal para duelos e selvagens tiroteios. O tétrico fascínio de um pântano pede a presença de criaturas perigosas e ritos pagãos, e por aí vai. Não há um só aspecto da saga da fronteira que Tex ignore [nota II]. A constante relação estabelecida entre lugares, personagens e missões é sinal de coerência. Cada qual estabelece uma espécie de realismo e de modelo narrativos facilmente reconhecíveis pelos leitores.
As fontes De quadrinhos como White Boy de Garrett Price, Red Ryder de Fred Harmen e The Lone Ranger (desenhado por Kressy e Charles Flanders) Tex parece herdar seu amigo índio, a história de amor com Lilyth ["Comics of the American West"] e a sucessiva participação na vida e nos mistérios do povo índio. Com King of the Royal Mounted de Zane Grey e Tex Thorne, Tex parece partilhar um espírito nômade e generoso que o conduz a diversos lugares geográficos e narrativos ["Comics of the American West"]. Como o famoso Tom Mix, e todos os western dos anos Quarenta em geral, esses cowboys italianos são guiados pela paixão a tesouros lendários ["Comics of the American West"]. Os temas das primeiras aventuras de Tom Mix parecem antever aqueles que se tornariam essenciais na série de quadrinhos western mais famosa da Itália. Maurice Horn nos oferece um esboço da primeira aparição de Mix nos quadrinhos: "A aventura envolveu o cowboy cinematográfico e Tony, o seu 'cavalo maravilhoso', no mistério do Canyon Fantasma. Em seguida ele teve que reprimir uma revolta mexicana e, depois, descobriu o tesouro perdido dos Toltecas (um dos passatempos preferidos entre os cowboys da época era a busca de antigas civilizações desaparecidas e de seus tesouros). Suas aventuras se tornaram cada vez mais fantásticas quando Tom enfrentou um cientista louco conhecido como o Cobra, depois uma serpente marinha, e salvou Fort Knox de um audacioso roubo de lingotes de ouro". Em White Boy vimos pela primeira vez aquele "amálgama de tradição e lendas indígenas" que é provavelmente aquilo que os leitores de Tex sempre curtiram acima de tudo. Segundo Mauro Paganelli e Sergio Valzania, o sucesso de Tex depende de quão bem o personagem e o cenário de suas aventuras consigam sintetizar os valores reconhecidos como universais pelos italianos. De fato, a habilidade necessária para tornar bons os western estrangeiros está em "criar algo de novo manipulando os meios considerados sagrados pelos mestres americanos do gênero".
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